domingo, 28 de novembro de 2010

XII Festival Carioca de Poesia - Coordenação: Grupo Poesia Simplesmente

Carmen Moreno no XII Festival Carioca de Poesia
 Estação das Letras:

Clique na imagem abaixo, para ampliá-la:
PALESTRA "Em alguma parte alguma, um livro síntese de Ferreira Gullar", por Marcus Vinícius Quiroga

 SARAU: Poetas que participaram - Adele Weber, Astrid Cabral (representada por Helena Ferreira, que também recitou seus poemas); Carmen Moreno, Lila Maia, Mércia Menezes, Rosane Carneiro, e a anfitriã Suzana Vargas

POEMA MUSICADO: "Traduzir-se", de Fagner/ Ferreira Gullar, por Delayne Brasil

ALGUMAS IMAGENS DA TARDE POÉTICA

Carmen Moreno recita poemas do livro Loja de Amores Usados, Multifoco

Delayne Brasil, Marcus Vinícius Quiroga, Laura Esteves e Suzana Vargas, na abertura

Palestra de Marcus Vinícius Quiroga

"Traduzir-se", por Delayne Brasil

Leitura de Suzana Vargas

Leitura de Helena Parente Cunha


Helena Ferreira interpreta poemas seus e representa Astrid Cabral

Suzana Vargas, Helena Parente Cunha, Carmen Moreno e Delayne Brasil, no interior da Estação das Letras












segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SOBRE O PRÊMIO JABUTI (A CARTA ABERTA DE SERGIO MACHADO) E OUTROS EXEMPLOS...

REFLEXÕES SOBRE O PRÊMIO JABUTI,
A PARTIR DA CARTA DO GRUPO RECORD


Prezados Leitores,

Aproveito o texto ao final desta mensagem (Carta aberta do Grupo Editorial Record sobre o Prêmio Jabuti), para convidá-los a uma importante reflexão.

Infelizmente, a obscuridade das ações neste País resvalou na literatura, maculando-a, afastando dos concursos literários e, portanto, de uma maior visibilidade, obras de qualidade, e escritores que merecem um espaço mais significativo de atuação no mercado editorial. Esta lamentável situação obstrui a já complicada trajetória de incentivo à leitura e à criação literária no Brasil.

Desde 2007, não inscrevo nenhuma obra em concursos literários, certamente desmotivada pela experiência traumática que o prêmio FUNARTE do referido ano me proporcionou. A mim e a tantos escritores, ainda crédulos nessas instituições artísticas. Sou poeta e ficcionista, premiada em diversos gêneros literários, nos âmbitos nacional e internacional. Portanto, não se trata de um depoimento puramente ressentido, mas depois do “caso Funarte”, fiquei bastante desestimulada para os investimentos materiais, de tempo e de energia, exigidos por concursos desse porte: No último dia de inscrição, 10/12/07, cheguei à FUNARTE com um projeto exaustivamente trabalhado, sete exemplares de livros, cinco DVD`s (síntese da minha carreira), ao todo 500 pp. encadernadas, atendendo completamente ao inumano edital.

A funcionária me comunicou que meu projeto, e todos os outros sobre sua mesa e espalhados pelo chão, só seriam encaminhados aos jurados no dia seguinte (11/12/07), e que o resultado seria publicado no Diário Oficial em 12/12/07. Meu trabalho, elaborado com esmero, assim como tantos outros, teria chegado (?) às mãos dos jurados no mesmo dia em que o resultado foi encaminhado à publicação em D.O. Os jurados foram contratados, com dinheiro público, para lerem e analisarem TODOS os projetos por COMPLETO. Nenhuma obra em processo de análise deve ser descartada antes que o estudo seja concluído. Mesmo que esta seja a prática, não deixa por isto de ser desrespeitosa. De que forma 500 projetos, inscritos no referido concurso, foram analisados por cinco jurados em três dias?

Este fato, que chegou aos jornais e à internet na época, provocando grande polêmica, hoje, três anos depois, infelizmente, soma-se a outros, neste Brasil onde os “nomes” vendem livros antes que os mesmos sejam gerados. Os “nomes” garantem espaços na mídia, em prateleiras de destaque nas livrarias, em contratos rápidos e receptivos com editoras, e em indicações para grandes prêmios, independentemente da qualidade de suas criações literárias.

Contudo, os “nomes”, incensados pela imprensa e absorvidos às pressas pelo leitor incauto, ou preguiçoso (o que não quer pesquisar outras riquezas), muitas vezes merecem o retorno valorizado de sua arte, pelo conteúdo das mesmas. No entanto, nem sempre há um vínculo justificável entre a ruidosa aclamação de um título no mercado e seu real valor literário.

Cada vez mais somos uma sociedade dominada pelo poder da imagem, das superfícies, das capas, das cascas e do marketing. O marketing: nada contra esta importante ferramenta. Mas tudo contra a palavrinha anterior: o poder. Este, sim, quando mal compreendido e utilizado, distorce, favorece minorias já privilegiadas, joga com interesses, faz política obscura, desmerece e atrofia a arte, a cultura, o artista e o povo.  

Meu assombro é grande com relação a esta desconcertante situação que envolve o Prêmio Jabuti. O maior e mais respeitado do País. Mas espero nunca perder a capacidade de me assombrar. Ela está intimamente ligada à minha crença no ser humano, à minha indignação diante das injustiças, à minha energia de luta, e à minha inesgotável capacidade de sonhar e criar.

Abraços,
Carmen Moreno

A CARTA:

Rio de Janeiro, 9 de Novembro de 2010


Exma. Sra. Rosely Boschini - Presidente da Câmara Brasileira do Livro


Exmo. Sr. José Luis Goldfarb - Presidente da Comissão do Prêmio Jabuti


Prezados Senhores,


O Grupo Editorial Record - composto pelas editoras Record, Bertrand, Civilização Brasileira, José Olympio, Best Seller e Verus - decidiu que não participará da próxima edição do Prêmio Jabuti para claramente manifestar sua discordância com os critérios de atribuição do Livro do Ano de ficção e não-ficção. Tais critérios não só permitem como têm sistematicamente conduzido à premiação de obras que não foram agraciadas em seleções prévias do próprio prêmio como as melhores em suas categorias.


Como editores preocupados com a Cultura e a ampliação da leitura no Brasil, nós entendemos que um prêmio literário visa a estimular a criação literária reconhecendo-a pelo critério exclusivo da qualidade. Não aceitamos - principalmente em um país como o nosso, onde quase sempre o mérito é posto em segundo plano - que o principal prêmio literário atribuído pelo setor editorial possa ser conferido a um livro que não esteja entre aqueles considerados os melhores em seus respectivos gêneros.


Infelizmente, a edição de 2010 do Jabuti não foi a primeira em que essa situação esdrúxula ocorreu. Em outra oportunidade, o mesmo agraciado deste ano preferiu não comparecer à entrega do prêmio, talvez por não se considerar merecedor da distinção. Grande constrangimento na cerimônia. Em 2008, a situação se repetiu, com o agravante de o então vencedor da categoria Melhor Romance do Jabuti ter conquistado também todos os outros prêmios literários conferidos no Brasil. O episódio causou tal estranheza e mal-estar que foi grande a repercussão na imprensa. Na época, passamos a acreditar que seriam feitos os necessários ajustes na premiação para que esses equívocos parassem de ocorrer.


Vimos, porém, que os critérios equivocados continuaram em vigor em 2010, com a diferença somente de o autor agraciado desta vez aceitar a láurea. Tomamos então a decisão de não mais compactuar com a comédia de erros. As normas do Jabuti desvirtuam o objetivo de qualquer prêmio, pondo em desigualdade os escritores que não sejam personagens mediáticos. Para não mencionar fato ainda mais grave: quando é evidente que a premiação foi pautada por critérios políticos, sejam da grande política nacional, sejam da pequena política do setor livreiro-editorial.


Como a inscrição das obras concorrentes ao Jabuti é um ato voluntário de cada Editora participante, e feito de forma onerosa, optamos não mais participar da premiação, até que as medidas necessárias para a correção de seu rumo sejam adotadas.


Atenciosamente,
Sergio Machado
Presidente
Grupo Editorial Record



ABAIXO, REGISTROS DA CAMPANHA PAIXÃO DE LER (POESIA NA ORLA)
































sábado, 6 de novembro de 2010

Carmen Moreno: Paixão de Ler (Poesia na Orla)


Carmen Moreno
e diversos poetas no evento
Paixão de Ler, Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro  
(Poesia na Orla), org. grupo Poesia Simplesmente
07 de novembro de 2010


Clique sobre a imagem abaixo, para ampliá-la:

Algumas imagens e poemas
recitados:
Livro Loja de Amores Usados (Multifoco),
de Carmen Moreno

TRILHAS

A vida, essa estranheza:
às vezes, becos escuros,
às vezes, bocas acesas!

 
Carlos Drummond entre Carmen Moreno e Delayne Brasil

A SUA PARTE

O mundo está em guerra.
Qual a sua palavra bélica?
Onde o seu amor emperra?
A guerra começa na sua terra.
Na casa do cotidiano.
No quintal do seu pensamento - insano.
Depois, vira fala.
E cresce em ato mesquinho.
E você atira, sem bala, no inimigo - seu vizinho.
O mundo está em guerra.
Qual o seu verbo que mata?
Qual o seu gesto que enterra?

 
Carmen Moreno
 (ao fundo, Karla Sabah e Eduardo Tornaghi,
integrantes do evento Paixão de Ler, na orla de Copacabana)

   MESA FARTA

Tomara que o grão se multiPLIQUE,
ploc, ploc, pule o milho na panela.
Que o pão se espalhe e espante a
fome secular.
Que o sim rejunte a fissura dos sorrisos,
e o rio lave a secura das bocas.
Tomara que o grão se parta em mil,
e brote (são) em todas as portas.
E que, gentil e farta, a farra das sementes
seja como Deus: para todos.

93 ANOS

Minha mãe é o tempo.
Templos, tendas, todas as casas, asas sobre nós.
Relíquias de alegrias, repartidas no gesto e na voz.
Moram mundos em seu coração de bronze,
que se estilhaça e se refaz, em incansáveis curas.
Orixás restauram o chão sob seus pés,
a cada desventura.

VÍDEO:

Poetas e público, no aquecimento da apresentação, no Arpoador:
Roda de Cacuriá do Maranhão, com a cantora Rosa Reis e o percussionista Leandro Maramaldo

Para assistir ao vídeo, clique na seta abaixo:

Poetas presentes no vídeo e no evento: Angela Carrocino, Karla Sabah, Delayne Brasil (poesia e música), Eduardo Tornaghi, Edmilson Santini (cordel), Gazal, Jorge Ventura, Julinho Terra, Laura Esteves, Ricardo Reis, Sandra Lopes, Silvio Ribeiro de Castro e Telma da Costa (poesia e música).