sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Desejo a todos, em 2013,
entre mil coisas boas,
a expressão dos seus afetos...
enquanto há tempo!
Beijos no coração.

Foto: Carmen Moreno
*AINDA
Dizer urgente do amor ao amante.
Antes que se quebre o tempo.
E os ouvidos, dissolvidos na terra,
não apreciem mais a carícia das sílabas.
Antes que as mãos, tímidas de dar,
cessem de vez os movimentos,
e todos os gestos virem ossos.
Dizer urgente, ao amigo, o valor do vínculo.
Que só o amigo costura.
Só o amigo, cozeduras, cozimentos, cerziduras,
que só o amigo estanca os sangramentos.
Dizer urgente do amor, sem resistências.
Antes que a língua, de súbito, se cale,
e o amor, preso por reticências, maledicências,
medos, mágoas, role pelos ralos.
Antes que o amor, quedado pela foice,
faça da palavra não dita, eterno açoite.

*Livro Loja de Amores Usados,
Carmen Moreno

domingo, 14 de outubro de 2012

FOTOS DO ESPETÁCULO PORQUE DEIXEI DE TE AMAR

CENAS DO ENSAIO ABERTO
 
 PORQUE DEIXEI DE TE AMAR
 
Texto: Carmen Moreno
 
(Prêmio Stanislaw Ponte Preta)
 
Direção: Luiz Fernando Philbert
 
Elenco: Adriana Rabelo e Eduardo Dascar
 
Espaço Cultural Finep

Fotos: Nil Caniné
 
 
  
 

 


 
 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

AMIGOS:
 
FICAREI FELIZ SE PUDER ENCONTRÁ-LOS
 
NA NOITE DE ESTREIA
 
 DA PEÇA DE MINHA AUTORIA
 
PORQUE DEIXEI DE TE AMAR.
 
O TEXTO RECEBEU O
PRÊMIO STANISLAW PONTE PRETA (RIOARTE)
 Processo de Ensaio
 
 DIREÇÃO: FERNANDO PHILBERT
 
ELENCO: ADRIANA RABELO E EDUARDO DASCAR
  
LOCAL: ESPAÇO CULTURAL FINEP
(PRAIA DO FLAMENGO, 200 - PILOTIS)
  
DATA: 24 DE SETEMBRO, 18:30 E 21H.
 
INGRESSO: 1KG DE ALIMENTO NÃO PERECÍVEL
  
 AGUARDO VOCÊS!
 
 ABRAÇOS,
 
CARMEN MORENO
 
 
 
 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

ALGUNS POEMAS DE LOJA DE AMORES USADOS (Multifoco) DE CARMEN MORENO

PARA ADQUIRIR UM EXEMPLAR

CONTATO PARA VENDAS (EDITORA MULTIFOCO):

Tel.: (21) 22223034



LOJA DE AMORES USADOS

Prêmio Bolsa de Incentivo ao Escritor Brasileiro
             
(Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura)                                                               


FOTOS: Carmen Moreno

A SUA PARTE

O mundo está em guerra.
Qual a sua palavra bélica?
Onde o seu amor emperra?
A guerra começa na sua terra.
Na casa do cotidiano.
No quintal do seu pensamento - insano.
Depois, vira fala e cresce em ato mesquinho.
E você atira, sem bala, no inimigo - seu vizinho.
O mundo está em guerra.
Qual o seu verbo que mata?
Qual o seu gesto que enterra?

DESTINO

O morto não mora onde o corpo se expõe no último traje.
Não cessa ali – sob o assédio dos olhos na caixa fria.
Jaz, na derradeira vitrine do rito, apenas a casca oca
(que seus sonhos e medos já não guarda).
Inútil pranteá-lo, em flores e confissões,
na masmorra de mármore.
Sob a lápide, apenas pele e destroços.
Sua dor volátil migrou para o invisível, rumo ao sol.
O morto não mora no ossário,
na urna de cinzas prometida ao mar,
nos tesouros que guardava,
no quarto que o aguardava.
Não cessa no tiro, no corte,
ou quando, amorosa, a morte o elege
no sossego da noite.
O MORTO NÃO MORRE.

Foto: Delayne Brasil

AINDA

Dizer urgente do amor ao amante.
Antes que se quebre o tempo.
E os ouvidos, dissolvidos na terra,
não apreciem mais a carícia das sílabas.
Antes que as mãos, tímidas de dar,
cessem de vez os movimentos.
E todos os gestos virem ossos.
Dizer urgente ao amigo o valor do vínculo.
Que só o amigo costura.
Só o amigo, cozeduras, cozimentos, cerziduras,
que só o amigo estanca os sangramentos.
Dizer urgente do amor, sem resistências.
Antes que a língua, de súbito, se cale,
e o amor, preso por reticências, maledicências,
medos, mágoas, role pelos ralos.
Antes que o amor, quedado pela foice,
faça da palavra não dita, eterno açoite.

Escola Municipal Minas Gerais - Urca

CAMA DE GATO

Os amantes se penetram.
Injetam-se um no outro, e perdem o rosto.
Drogados, adormecem do mundo,
numa jura tácita de "Somos um".
Os amantes se prometem.
Obrigam-se, abrigados um no outro.
Fechadas as portas, criam língua própria,
estrangeiros do mundo.
Os amantes se viciam,
escorados um no outro.
Engate sedutor,
protegidos do mundo.
Mas os amantes se desamam,
arrancam-se um do outro.
E sós, esbugalham os olhos, medrosos,
desacostumados do mundo.



DÁDIVA

Minha mãe é o tempo.
Templos, tendas, todas as casas, asas sobre nós.
Relíquias de alegrias, repartidas no gesto e na voz.
Moram mundos em seu coração de bronze,
que se estilhaça e se refaz, em incansáveis curas.
Orixás restauram o chão sob seus pés,
a cada desventura.



INDAGAÇÕES SOBRE O COMEÇO DO FIM 

De que recanto do amor o pássaro da morte
levou no bico o teu beijo?
De que célula adoecida alastrou-se, sorrateiro, o desencanto,
– o cancro?
Quando teu olhar nublou os raios que acendiam nosso quarto,
e a ascensão do fogo rendeu-se à gravidade,
qual balão apagado em queda lenta?
Em que subterrâneos do fim, o cinismo tecia
seu golpe absoluto?
Que atávicos ruídos neguei ouvir, curvando-me à cegueira?
Em que átimo de tempo o rumor do silêncio apartou nossos corpos?
Quando o chicote da língua roubou das palavras o afago?
Em que instante invisível, a semente apodrecida alojou-se
sob os tacos da casa, rompendo a liga dos tijolos,
a proteção das telhas, o ânimo dos abraços?
Quando, em tuas veias, o gotejar do tédio virou sangramento interno,
e a verdade internou-se na ala dos doentes terminais?
Quando, a mentira, adornada de afeto,
deformou o primeiro traço do teu rosto?
Com que barro o artista barroco erigiu, na praça do meu peito,
tua máscara verossímil (tão bem talhada),
tombada, de súbito, no chão do deserto?
Quando (analfabeto de mim) não pude ler nos teus gestos
a sílaba traiçoeira?
Quando o bafo do abandono mudou o hálito das bocas,
e a mudez (ora implacável)
lançou nas salivas o gérmen do último verbo?


TODAS AS MANHÃS

Despertar é vitória infinda,
a qual o orgulho humano não brinda,
por julgar rotineiro e certo o descerrar das pálpebras.
Por conceber ato consumado a sorte da hora:
a verve rara de Deus rimando vida e aurora.





















































 






quinta-feira, 5 de abril de 2012

O PEN Clube comemorou 76 anos, na última segunda-feira, 02 de abril

"O PEN Clube do Brasil, fundado a 2 de abril de 1936, filiado ao PEN Internacional, com sede em Londres, faz parte de uma rede com cerca de 150 centros pelo resto do mundo. Tem como princípios básicos que a literatura não conhece fronteiras e deve permanecer patrimônio comum dos povos a despeito dos conflitos políticos e que o respeito ao legado cultural da humanidade deve ser preservado, em todas as circunstâncias, do efeito das paixões nacionais ou políticas."

Programa
17:00 h - Exibição de documentário sobre Jorge Amado realizado pelo jornalista Ancelmo Gois

17:30 h - Palavras do Presidente Cláudio Aguiar

17:45 h - Conferência do Acadêmico Eduardo Portella sobre “Jorge Amado e a liberdade de expressão”

Carmen Moreno, Membro do PEN Clube,
 Prestigiou a Cerimônia e Compartilha Algumas
CENAS DA NOITE:


Cláudio Aguiar (Presidente) e Carmen Moreno

Lina Tâmega, Astrid Cabral, Carmen Moreno e Raquel Naveira

Delayne Brasil, Marcus Vinicius Quiroga e Raquel Naveira

Helena Parente Cunha

Sérgio Fonta, Maria Helena Kühner e Carmen Moreno

Marcia Pereira e Carmen Moreno

Helena Ferreira

Salgado Maranhão e Carmen Moreno

Carmen Moreno e Edir Meirelles

Delayne Brasil, Adriano Espínola e Carmen Moreno


PEN Clube do Brasil

Obs.: A repetição do nome Carmen Moreno se faz necessária devido à reprodução de conteúdos, posterior e isolada, normalmente realizada de forma automática pela Web.





sexta-feira, 30 de março de 2012

Carmen Moreno Aborda a Obra de Tanussi Cardoso: Poesia Viva em Revista No.7

CONVITE

(Entre os Lançamentos da Editora UAPÊ):

POESIA VIVA EM REVISTA No.7
 
PARTICIPANTES:

Entrevista com Marina Colasanti.
Affonso Romano de Sant`Anna, Aleilton Fonseca, Antonio Brasileiro, Astrid Cabral,
Augusto Sérgio Bastos,Carmen Moreno, Chistina Ramalho, Celi Luz,Geraldo Carneiro,Gilberto Mendonça Teles, Léa Madureira Lima, Leda Miranda Hühne,Luís Pimentel, Luiz Gondim de Araujo Lins, Marcus Vinicius Quiroga, Maria Cecília Gama, Marília Amaral, Marina Colasanti, Myriam Fraga, Olga Savary, Roberval Pereyr, Ruy Espinheira Filho, Suzana Vargas,Tanussi Cardoso,Therezinha Russo.

CONHEÇA TODAS AS PUBLICAÇÕES DA NOITE:
 (Clique abaixo e amplie a imagem
 com informações detalhadas)


Prestigie os Lançamentos
e a Roda de Leitura Aberta ao Público!

 10 de abril às 18 horas
 Casa de Botafogo - Rua Martins Ferreira, 40 - Botafogo, Rio de Janeiro/RJ

domingo, 18 de março de 2012

Carmen Moreno Integra a Coletânea Engenho Urbano - Rio 41 Poetas

ENGENHO URBANO - RIO 41 POETAS
(Org. Márcio Catunda - poeta e diplomata )

Oficina Editores

O Lançamento Aconteceu no PEN Clube do Brasil - 27/02/2012

Participam da Coletânea:

 Adriano Espínola, Astrid Cabral, Augusto Sérgio Bastos, Beatriz Chacon, Cairo de Assis Trindade, Carmen Moreno, Delayne Brasil, Edir Meirelles, Elaine Pauvolid, Elisa Flores, Érico Braga, Flávia Savary, Flávio Dórea, Gilberto Mendonça Teles, Glenda Maier, Igor Fagundes, Ivan Wrigg, Jorge Ventura, Juju Cambell, Laura Esteves, Luiz Fernando Prôa, Marcia Agrau, Márcia Leite, Márcio Catunda, Marco Lucchesi, Marcus Vinicius Quiroga, Messody Benoliel, Mozart Carvalho, Olga Savary,  Paula Wenke, Renato Resende, Reynaldo Valinho Alvarez, Ricardo Alfaya, Rosa Born, Rosane Carneiro, Sérgio Gerônimo, Silvio Ribeiro de Castro, Suzana Vargas, Tanussi Cardoso, Telma da Costa, Thereza Christina Rocque da Motta.

CENAS DA NOITE

Capa (Mozart Carvalho)

Márcio Catunda - Abertura

Silvio Ribeiro de Castro, Delayne Brasil, Denizis Trindade,
Igor Fagundes, Carmen Moreno, Tanussi Cardoso e Cairo Trindade

Edir Meirelles, Augusto Sérgio Bastos e Marcus Vinicius Quiroga

Elaine Pauvolid, Luis Serguilha e Telma da Costa

POEMAS DE CARMEN MORENO PUBLICADOS NA ANTOLOGIA:

AMPARO

Rio, que Cristo alarga teus braços em turismo sem pão?
Tour por teus atalhos, asfaltos, políticos – mãos ao alto, ladrão.
Que Cristo colore teus traços, benze teus dias, cruza teus dedos em oração?
Rio, que Cristo sobe teus morros, colhe teu lixo,
samba teus pés de barracos, ampara teus barrancos,
sutura teus abismos...
que Cristo fotografado afaga teu sorriso fraturado?
Rio, que Cristo afamado te estende a mão - do cartão postal dourado?

DOM

O Rio corre em qualquer parte.
Desde janeiro quando, fonte, renasce:
sonho, bomba, arte. Explode em sóis,
o imenso mar em seu posto de abraço.
Disposto a lamber bundas, levar afogados,
lavar mágoas incrustadas,
com o capricho das antigas lavadeiras.
Nossos corpos sonolentos na arrebentação,
nossos medos aquecidos de álcool e paixão.

Homem rio escorre em qualquer parte.
Desde janeiro quando, crédulo, renasce:
escola de samba, bala perdida, bola na rede,
no campo minado o drible da arte.
Implode em sóis de 40 graus,
entre camelôs na viração,
vans e vagões – nenhum lugar vago.
Não há vagas!
Sacoleja o imenso trem, dinossauro fraturado.

O Rio corre em qualquer parte
– Índia Haiti Central Marte.
Mate um homem outro nasce.
Carioca, planta de Sol:
– cactos dá na seca, daNação:
Surfa na enchente, sofá na cabeça,
coração encharcado. Sangue, enxaqueca,
pagode, forró, funk e xaxado.
Corre, meu Rio, sob o Sol.
Carioca planta de sorte (samba e água fresca).
Sempre uma fresta para sorrir,
sempre um sorriso de festa.

COPACABANA

Passa apressado pelo pedinte e pede perdão (a quem?) por não parar.
O tácito perdão sem endereço não lhe devolve redenção.
Talvez um deus na poltrona do seu peito o importune,
imponha meia volta - volta o homem dividido: estaria ludibriado? Iludido?
Meia moeda na mão do desconhecido: meio irmão, meio homem na calçada,
filho inteiro do Pai de todos em trapos na multidão.
Não se tocam as mãos, os olhos raspam-se: (escrúpulos são a assepsia da alma).
Chove, esgotos devolvem detritos, lama no chão, lodo no coração.
O homem segue os passos da maleta, expurgado pelo tostão
- que comprou seu saquinho de sossego.
Mãos de ofertas na próxima esquina, enfia folhetos nos bolsos...
não as deixa à deriva: dentistas, dentaduras, orações, ouro...
O homem não lê os papeis, não lê os outros homens, não se lê.
Segue seu caminho solitário, sem vizinhanças, por via das dúvidas:
(a intimidade é uma bagunça que dói).
Faz a tal parte que pensa ser sua – procura o bem todos os dias...
sem bússola: “bom dia, como vai, obrigado, tudo bem...”
E a praga do amor não vem!
Paga o flanelinha, engole o palavrão, desata a gravata, fecha o vidro fumê, fuma,
pega a Atlântica buscando no mar a salvação.
Anoitece . O mar é breu.
Mais um dia que o homem morreu.





















Carmen Moreno, Letrista da Banda DAOS, de Metal Alternativo, no lançamento do CD de Estreia

A ESCRITORA
 PRESTIGIOU, NESTE SÁBADO 17/03/2012,
O LANÇAMENTO DO CD DE ESTREIA 
APENAS O COMEÇO
 DA BANDA DE METAL ALTERNATIVO
DAOS
 (MULTIFOCO)

A ESCRITORA PARTICIPA
COMO LETRISTA 
DE UMA DAS FAIXAS.

 CENAS DA NOITE

 Lohan Filippo (Baixo e Voz); Diego (Guitarra);
 Leonardo (Voz); Sandro Rabelo (Bateria)

 Carmen Moreno, Lohan Filippo (Baixo e Voz)
e Delayne Brasil (poeta e compositora)

Carmen Moreno e Leonardo (Vocalista)

Clique na seta para assistir: A Maioria


A MAIORIA

Letra: Carmen Moreno


Visto farda e ganho marra

na cola da população,

que garante o meu salário

esperando proteção.

Pé descalço, pobre, preto (como eu)

tudo é suspeito.

Um troco por fora é de lei, eu aceito.

Se o cara é doutor eu respeito!

Meto o pé, ralo peito se o bandido é à vera.

A lei esculacho com fé,

escracho a corporação do alto do meu boné.

O carro novo me espera, JÁ É!

Deito o pobre no asfalto, jogo o pano,

o cano da baioneta é mole apontar pros mano.

Sou guardião da vida e corrompi a verdade,

mas diante do espelho

minha alma ARDE!!!!!  

(Refrão)